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terça-feira, 14 de junho de 2011

Cachorro mecânico entende mais de 100 palavras em português e alemão

Bidu ajuda em casa e na oficina mecânica como assistente. O dono do cão, Ernesto, pede martelo, alicate e outras ferramentas, e o animal traz tudo, sem errar.

 O dono do Bidu, Ernesto Schwert, é mecânico, tem 60 anos e uma vida dedicada ao amor aos animais. Já o Bidu tem dois anos. É uma mistura de Labrador com Rotweiller e adora brincadeiras de pegar objetos, subir em árvores e até finge de morto. Juntos, cão e dono formam uma dupla sensacional.

Quer saber por onde anda o Ernesto é só ver onde está o Bidu. Quer saber do Bidu, procure o Ernesto. Os dois são companheiros inseparáveis até no trabalho. E na oficina mecânica, o Bidu se revelou o auxiliar de mecânico perfeito. Ernesto chama o cachorro para ajudá-lo a consertar um carro. Ele pede martelo, alicate, chave de fenda, e o animal leva tudo, sem errar.

Principalmente à noite, eu preciso muito de um auxiliar, quando estou embaixo do carro. Às vezes, estou segurando uma peça e falta uma ferramenta, principalmente essas ferramentas que tem cabo, como alicate, chave de fenda, martelo”, explica o mecânico.

E Ernesto revela como conseguiu ensinar o cachorro a saber cada um dos objetos que ele precisa: “ele não desgruda de mim. Então, ele me acompanhando e eu explicando para ele que eu busco alicate, busco chave de fenda, ele começou a entender”.

Bidu é um cão inteligente e bilíngue. Ele entende comandos em português e alemão, mais de cem palavras e frases inteiras.

A gente já se acostumou de um jeito que dá uma tristeza quando ele não está na oficina”, comenta o mecânico.

Ernesto trabalho ao todo 16 horas na oficina. E Bidu é o auxiliar perfeito. Mas como será que o dono paga o cão? “Ele é bem recompensado, ele é bem tratado”, afirma.

E o cachorro participa de toda rotina da casa. Ernesto pede a bíblia, e ele busca.

Bidu é mesmo um cão sensacional e louco por biscoitos e cuca - um bolo recheado típico da culinária alemã. Ele sabe direitinho quando a doceira Vera Schwert está assando as delícias no forno. Ele chega com aquela carinha de quem só falta falar.

A doceira Vera Schwert pede para ele buscar lenha, e lá vai o Bidu trazer o que ela pediu.
Quem imaginou um cão buscando lenha? E convide ele para pescar. Prontamente, Bidu aparece com o balde de minhocas, mas ele aproveita mesmo o açude é para se refrescar, buscar a varinha e nadar. Entre uma brincadeira e outra, recebe um belo banho com xampu. O passeio, nos finais de tarde, é com Vanessa, filha do Ernesto.

O Bidu é mesmo um cão surpreendente. Em uma das pausas que fizemos durante as gravações, a repórter Rosane Marchetti foi para um balanço aproveitar a brisa da tarde e Bidu foi fazer companhia a ela.

Ernesto acredita que o Bidu ainda pode ir muito mais longe. “Como eu disse, ele está no primário. Se daqui mais dois anos, ele estiver no nível secundário, sem dúvida, ele vai surpreender mais ainda”, aposta. “Pretendo ensinar matemática para ele”.

Veja o vídeo:


Levamos as imagens do Bidu até a Universidade de São Paulo (USP) para mostrá-las ao professor Cesar Ades, um dos maiores especialistas em comportamento animal. “Eu acho que ele é genial, mas parte da genialidade dele, isso é importante ressaltar, vem do treino cuidadoso e longo do dono dele”, explica.

O professor Ades coordena pesquisas do Departamento de Psicologia Experimental da Universidade de São Paulo, onde ele e a equipe desenvolveram um experimento pioneiro no mundo: treinaram um cão para se comunicar com o homem através de sinais e de palavras em um teclado.

Nós importamos o primeiro teclado dos Estados Unidos. Ele é usado com crianças que têm uma dificuldade de fala”, diz o professor.

A pesquisa é feita com Sofia, uma cadelinha sem raça definida, treinada desde os dois meses de idade. Depois de treinada, ela aprendeu a comunicar seus desejos e interesses espontaneamente. As teclas com símbolos expressam sede, fome, vontade de passear. Se ela quer descansar, pede para ir para a casinha.

O estudo com Sofia demorou dois anos. É o primeiro no mundo a mostrar a capacidade dos cães de entenderem o verbo e o objeto e, assim, se comunicar com o homem. “Eu acho que o grande princípio não é que ela fala como um ser humano, mas que o uso do símbolo é uma coisa que às vezes simplifica o mecanismo de comunicação”, ressalta o psicólogo César Ades, da USP.

Uma vez, nós fizemos uma brincadeira com ela que foi assim: pela primeira vez na vida dela, nós mostramos um porquinho da índia, e a gente queria ver o que ela iria teclar. A gente pensou que ela fosse teclar brinquedo. Mas não, ela tocou comida”, conta o pesquisador.

Sofia é apenas o começo de um longo caminho para entender o que se passa na cabeça dos cães. A equipe do professor Ades continua os estudos, com a Laila, a Laci e a Pinga.

Esses estudos científicos podem parecer muito abstratos. Na verdade, eles levam você a entender melhor o animal com o qual você vive e, quando você entende melhor, você é capaz de cuidar melhor. É uma mudança de atitude. O animal não é apenas o meio para satisfazer necessidades humanas, mas ele é um ser em si a ser respeitado. Então, acho que é uma grande mudança de atitude que faz com que a gente olhe o animal com mais simpatia, com mais empatia, com mais cuidado”, destaca o pesquisador.

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