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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Meu cão é personal trainer

Um labrador e sua dona perderam juntos 44 kg. As peripécias do afeto e nossa saúde

Não tenho cachorro, mas sou capaz de admirar a amizade genuína que os humanos nutrem pelos animais que decidem levar para casa. É mais que amizade. É amor. Um amor que, de várias formas e por vários mecanismos, parece fazer muito bem à saúde.

Animais podem ajudar na recuperação de doentes - hospitalizados ou não. É o que várias iniciativas têm demonstrado. O conforto emocional que um bicho de estimação proporciona pode valer mais que a visita de parentes com os quais o doente não tem uma relação afetiva verdadeira.

Os cachorros não operam milagres. Eles apenas deixam evidente que as emoções têm um papel gigantesco no adoecimento e na recuperação física – embora tantas vezes os médicos e as engrenagens do sistema de saúde insistam em tratar o corpo sem cuidar da mente. Perdem tempo, desperdiçam dinheiro e negam aos pacientes uma recuperação plena.

Uma notícia desta semana me levou a pensar nisso mais uma vez. Segundo uma reportagem da BBC, um cão labrador ajudou sua dona a emagrecer 32 kg. Os dois estavam muito acima do peso. O cão Lucky, de 9 anos, estava perdendo a capacidade de andar.

Abalada com a possibilidade de perder o amigão, a britânica Alyson King decidiu agir. Literalmente. A estratégia para fazer o cachorro se movimentar mais obrigou Alyson a sair do sofá.

A primeira coisa que cortou da lista foram as recompensas em forma de comida. Agrados continuaram liberados, desde que não fossem comestíveis. É curioso perceber que, mesmo entre si, muitos humanos foram condicionados a demonstrar carinho por uma única via: aquela que começa na boca e termina no aparelho digestivo.

Por que precisamos de um bombom de chocolate ou de um bolo cheio de glacê para acreditar que alguém gosta da gente? Nada contra comer chocolate e bolo de vez em quando. De que vale a vida sem esses e outros prazeres? Mas a equação açúcar + embalagem ou cobertura caprichada = carinho na certa é uma construção cultural um tanto tortuosa.

É possível demonstrar amor e carinho de muitas outras formas. A amizade entre Alyson e Lucky é um exemplo disso. Além de cortar os agrados comestíveis e melhorar a qualidade da alimentação do cachorro, ela passou a levá-lo para passear mais vezes e o estimulou a brincar, pular, gastar energia.

O resultado foi excelente para os dois. Lucky tornou-se campeão da dieta em um concurso organizado pela PDSA, uma entidade de veterinários que faz campanha contra a obesidade animal. Segundo a PDSA, esse é um grande problema na Grã-Bretanha. A organização estima que mais de 33% dos cães e 25% dos gatos sofram de sobrepeso.

Lucky perdeu 13 centímetros de circunferência abdominal e quase 13 kg. Eliminou 25% de seu peso em seis meses. Ele também ajudou a dona a entrar em forma. Alyson, de 49 anos, perdeu 32 kg. Graças a uma dieta e aos passeios com Lucky.

Juntos, deixaram no passado 44 kg. É muito. Passear com o cachorro é uma forma simples, barata e agradável de sair do sedentarismo. É um bom estímulo para começar a se mexer e, quem sabe, descobrir que o nosso corpo não foi feito para ficar parado. E que existem inúmeras atividades físicas que emagrecem, aumentam nosso vigor e dão uma deliciosa sensação de bem-estar. É muito difícil que uma pessoa não encontre uma – umazinha sequer – que a agrade.

Caminhar (com ou sem cachorro) é um bom começo. Passou da hora de os brasileiros criarem estratégias para sair da preguiça e adotar uma alimentação mais saudável. Para muitas pessoas, esses conselhos soam como palavras vazias. A obesidade é uma doença complexa. Uma parcela dos obesos simplesmente não emagrece sem remédios. Muitas pessoas com alguns quilinhos a mais poderiam emagrecer com dieta e exercícios. Ainda assim, correm para os moderadores de apetite quando as roupas começam a ficar apertadas.

O que essas pessoas vão fazer quando os moderadores de apetite forem retirados do mercado? Há alguns meses, a Anvisa passou a exigir retenção de receita para a venda de sibutramina e anfetamínicos. Continua debatendo se é o caso de proibir esses remédios no Brasil, a exemplo do que foi feito na Europa. Nos Estados Unidos, o principal fabricante de sibutramina decidiu retirar a droga do mercado por conta própria. Ou, pode-se dizer, por "livre e espontânea pressão".

Ben Birchall

Sem os remédios, não restará muitas opções aos brasileiros que vivem em luta contra a balança. Além de levar a sério a luta contra o sedentarismo, é preciso reaprender a comer. Separei cinco conselhos que não têm nada de originais, mas podem ajudar:

1) Evite esforços que não vão trazer resultados duradouros. Se você passar uma semana fazendo jejum ou comendo só sopas vai perder alguns quilos. Mas isso é uma armadilha. Ao comer tão pouco, você treina o seu metabolismo a ficar mais lento. Quando parar de fazer a dieta maluca, você terá um corpo que queima calorias mais devagar e ganha peso mais rápido do que antes. Era isso o que queria?

2) Tome café da manhã completo. Eliminá-lo para cortar calorias é bobagem. Você vai sentir fome e comer desesperadamente o resto do dia

3) Faça lanchinhos planejados entre as refeições. Eles ajudam o metabolismo a funcionar num modo acelerado, principalmente se você beliscar alimentos ricos em proteínas. Castanhas são uma boa pedida. Mas não exagere na quantidade. Elas são bastante calóricas.

4) Água é essencial para queimar calorias. Se o organismo começa a ficar desidratado, o metabolismo fica mais lento e a perda de peso é reduzida. Segundo os especialistas, adultos que bebem oito ou mais copos de água queimam mais calorias.

5) Esqueça da balança. Ficar se pesando todos os dias é a receita certa para a frustração. É mais importante ter objetivos de longo prazo.

No mais, procure conhecer vegetais, temperos e frutas diferentes, experimente formas de preparo mais saudáveis, saia de casa, respire. Saiba que o afeto pode ser demonstrado de inúmeras formas -- sem ter qualquer relação com a comida. Apesar disso, não caia na neurose de abrir mão de todos os prazeres da mesa. A vida só vale a pena se tiver graça.

Autor (a): Cristiane Segatto, repórter especial, faz parte da equipe de ÉPOCA desde o lançamento da revista, em 1998. Escreve sobre medicina há 15 anos e ganhou mais de 10 prêmios nacionais de jornalismo.

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