Frida e Badock, amores da mamãe!
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Lambeijos...

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Socialização é essencial para a saúde do cão

Cerca de 90% dos distúrbios de comportamento em cães decorrem da falta de uma correta socialização

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Olivier chama para correr sobre a rampa
 
A saúde do seu cão não depende apenas de cuidados veterinários. O bem-estar dele também precisa de cuidados psicológicos e emocionais. Uma das medidas essenciais para isto é a socialização do animal. Ao andar pelas ruas da cidade, é muito comum ver cães que sofrem do mal da falta de socialização: eles latem para qualquer pessoa e para outros animais, demonstram agressividade ou medo excessivo.

Para um dos pioneiros em adestramento canino em Fortaleza, o francês Olivier Soulier, muitos distúrbios de comportamento nos cães decorrem da falta de socialização. Assim, muitos problemas podem ser corrigidos com atividades que possibilitem uma inserção saudável do animal nos diferentes grupos e ambientes.

"Um cão socializado é aquele que, desde pequeno, foi confrontado com várias situações e estímulos olfativos, auditivos, visuais e tácteis, para que, no futuro, no convívio com os seres humanos, não apresente medo, desconfiança, traumas e outros distúrbios de comportamento", afirma ele, destacando que, atualmente, cerca de 90% desses distúrbios são causados pela falta de socialização na primeira infância. E isto vale para qualquer tipo de cão, seja de companhia, de guarda, de trabalho.

Primeira infância
Daí a importância do filhote só ser separado da mãe após 60 dias de nascido. É nesta primeira infância que ele vai aprender a linguagem canina, predominantemente não verbal, baseada em toques, atitudes e posturas. "É a mãe que começa a educar o filhote, fixando limites, restrições, deixando claro o que pode e o que não pode. Assim, no futuro, ele vai aceitar melhor o adestramento. No período de dois a seis meses, ele estará mais aberto a novas informações", diz Olivier.

Pela sua experiência em adestramento, ele atesta que a maioria dos problemas de comportamento pode ser recuperada durante toda a vida do cão. Porém, têm casos de traumas que são mais difíceis de solucionar. Mesmo fazendo um trabalho mais intenso, o animal não fica 100% equilibrado. Por isto, recomenda-se que o processo de socialização seja iniciado nos primeiros dois meses do filhote, junto da mãe e dos irmãos caninos.
 
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Na passarela, os cães andam em fila, provando coragem e obediência
 
Após os dois meses, mas ainda dentro no calendário de vacinação dos 90 dias, quando o cãozinho não pode frequentar ambientes públicos, o criador pode levá-lo nos braços, para começar a ter contato com novos estímulos. Passado este período, a inserção em novos grupos deve ser intensificada.

Na Escola de Adestramento Olivier Soulier, o cão têm a oportunidade de participar de atividades de socialização junto com outros cães, de diferentes sexos, idades e raças, com saúde em dia no que se refere à vacinação, vermifugação e controle de pulgas e carrapatos.

Durante a visita da reportagem, Olivier fez a demonstração com três cães, o Labrador "Dino", da criadora Valéria Correia Lima Nogueira, e os Golden Retriever "Dug", de Luis Eduardo Pessoa Pinto, e "Charlie", de propriedade de Augusto César Abreu Filho. Como verdadeiros amigos, os animais correram, brincaram de pegar bolas, subiram rampas e ultrapassaram obstáculos como túneis, slalom, passarelas, gangorras, pneus. A Escola tem espaço para prática de Agility Show, sendo um verdadeiro clube de recreação para os caninos.

"Para socializar, é necessário oferecer estímulos diferentes, em eventos prazerosos, agradáveis. Assim, o cão aprende a ficar calmo e relaxado diante de outras pessoas e de outros animais da mesma espécie e até de espécies diferentes, até gatos", garante ele.

Estresse
Se não socializar, o cão fica mais vulnerável a estresse, um dos maiores problemas de comportamento, que pode chegar a níveis incontroláveis, externados por meio de agressão a pessoas, inclusive crianças, e destruição de móveis e objetos em casa. "As reações são horríveis, de diferentes maneiras, e até muito graves do ponto de vista da saúde do animal. Há cães que apresentam hipersalivação e até convulsões por conta do estresse", afirma.
 
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Em clima de muita alegria e descontração, brincam com bolinhas
 
O estresse também pode ser demonstrado pelo medo excessivo. Neste caso, há reações possíveis: fugir, evitar ou enfrentar. "Há cães que têm medo de tudo. Já vi animal prostrado pelo medo. Alguns se tornam extremamente dependentes das pessoas e não suportam ficar sozinhos", diz, concluindo que a socialização é uma medida essencial de saúde animal.

Olivier Soulier trabalha com adestramento há 35 anos. Há 18 anos está no Brasil. Em Fortaleza, mantém a escola de adestramento no Bairro Luciano Cavalcante, com espaço para diferentes atividades dos cães em grupo. Isto acontece todo sábado, pela manhã.

Ele fez curso na França sobre comportamento animal e depois tornou-se auto-didata no assunto. Desenvolveu método próprio de trabalho, mas baseia-se nas metodologias desenvolvidas por expoentes mundiais na área como César Milan, Victoria Stilwell e o brasileiro Alexandre Rossi. Também segue as seis prerrogativas de liderança da Psicologia Canina (ver quadro).

Na sua Escola de Adestrameto, os cães participam de exercícios físicos e brincadeiras para livrá-los da ociosidade. Também aprendem a ser disciplinados por meio de exercícios simples e as provas de Agility. Para a inserção no grupo ficar equilibrada, eles são monitorados para que não ocorram excessos nas interações. Assim como nas brincadeiras de crianças, eles devem respeitar a todos.
 
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Mesmo havendo um só objeto, a disputa pelo brinquedo é amigável

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Saltar o pneu é um dos desafios apresentados no treinamento

Fique por dentro

Psicologia canina
Prerrogativas de liderança na Psicologia Canina: 
1- Iniciativas: Quando o animal pede algo, recusar e ignorá-lo. Somente aceitar depois de tornar a iniciativa sua;
2- Interações: Se vir para você, sistematicamente, sem ser chamado, mande voltar e depois lhe convide ou mande vir. Não aceitar a intromissão; 
3- Espaços, objetos ou alimentos: Não deixe o animal controlar nenhum desses itens, somente os líderes mandam nesses pontos; 
4- Movimentações: Não deixe ele controlar seus movimentos, não deixá-lo controlar os pontos de passagem obrigatórios na sua residência, não o deixa tomar a sua frente sistematicamente;
5- Intrusões (dentro do território): Não é ele que recebe e controla nem as visitas, nem as entregas, nem as pessoas que vão fazer uma reforma ou qualquer serviço no seu lar; 
6- Alimentação: Não deixe-o atrapalhar suas refeições, nem divida o alimento com ele. Não precisa ficar observando o animal se alimentar.
 
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A Escola tem obstáculos do Agility Show, como o túnel / Rodrigo Carvalho

Fonte: www.diariodonordeste.globo.com

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